terça-feira, 1 de abril de 2008

Tempo, tempo, tempo, mano velho.
Você quer. Ele ainda não sabe, mas quer também. É comum querer nesta idade. Você vai, instiga. Ele aceita seu desafio, e é aí que a sua perdição começa. Mas, apesar de tudo, você não deseja que ele não tivesse aceitado. Você se aproveita, utiliza-se do dom supremo da manipulação que, a este grau, é quase naturalmente feminino. E ele se afunda mais. De qualquer modo, não vai sozinho. Ele se afunda no vício, você, no sentimento. Você gosta. E isso a destrói gradativamente, pedacinhos da sua sanidade se vão diluídos na água fria da realidade: ele não a quer do mesmo modo. Mas, afinal, não foi você quem o ensinou a gostar do pecado? Vê-se enfim pega na própria cilada, querendo-o como mais que um objeto. Mas você ainda é um objeto para ele, e ele faz questão de te lembrar disso em cada palavra não dita e carinho não contribuído. É só o sexo, ou quase isso. Ele a usa. Usa e abusa, na dança angustiante do não ser e não poder. Você conhece todos os cheiros e todas as texturas, mas ele a priva dos sabores. Você finge não ligar, na verdade mente. E tropeça na própria estupidez quando percebe que, se houvesse os sabores, não seria a mesma coisa. Percebe que a angústia do não ser não é de todo ruim, porque se vocês fossem nada seria como é e tudo está perfeito como está. O não poder é relativo. Você pode tudo menos os sabores, porque ele não quer se prender a você. E neste ponto, é só isso que a incomoda. Enfim percebe também que gosta de ser usada porque, afinal, você também o usa, e a sensação é simplesmente deliciosa...

2 comentários:

Anônimo disse...

íncrível... brilhante! simplesmente AMEI seu post, cara! mto foda! parabens, vc escreve mto bem. ahshuahsu Ju humilha u.u'''
mas sério, amei. e a gente sempre vai se lembrar dos amores passados.

Lally disse...

Eu entendi catatau, entendi, calma. ´/e só fase, vocÊ vai ver ;*